O novo comercial do Kindle cutuca o iPad de novo:

Se o Steve Jobs atrasar mesmo o lançamento do iPad 2 para junho e lançar o aparelho sem uma tela reflexiva, aí o bicho pega de vez pra cima do Kindle.

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A Apple declarou guerra ao Kindle da Amazon, de vez. Segundo a matéria no Business Insider, a “Apple está tentando canalizar todos os pagamentos de bens digitais através de sua loja digital iTunes, impedindo empresas como a Amazon de vender através de canais próprios, sem dar à Apple uma parte nas vendas”.

Às vésperas do aguardado lançamento do iPad 2, é uma tacada e tanto contra a Amazon. Pelo menos por enquanto.

Uma pequena retrospectiva

O Kindle, leitor de livros digitais da Amazon foi lançado em 2007, usando tecnologia e-ink, que garante excelente contraste e imita bastante bem a impressão em papel, além de consumir pouca bateria. Desde então o Kindle se tornou o produto mais vendido da Amazon. No início, o Kindle era relativamente caro, mas conforme foram surgindo concorrentes (como o Nook da Barnes & Noble) o aparelho caiu de preço até chegar bem próximo ao preço de custo, de forma que a principal renda da Amazon vem da venda de livros digitais e conteúdos que possam ser lidos via Kindle, como jornais, que inclusive podem vender assinaturas via Amazon.

Kindle

Em 2010, quando a Apple lançou o iPad, não se sabia ao certo quais mercados ele iria ocupar, mas o alvoroço foi enorme e o aparelho da Apple criou todo um segmento de mercado em menos de 8 meses. Como estratégia de competição, a Amazon baixou mais ainda o preço do Kindle e liberou aplicativos de leitura para diversas plataformas: PC, iPhone, Android, BlackBerry e inclusive o iPad. O objetivo era que o cliente Kindle pudesse ler seus livros Kindle em qualquer ambiente, comprando somente uma vez e baixando em qual device quisesse (no entanto, paga-se por cada download adicional).

Apesar de muita gente reclamar que ler no iPad não é tão confortável quanto ler no Kindle, a briga pelo mercado de conteúdo pago é grande e voraz.

Só que ao comprar livros e conteúdos para Apps Kindle, os clientes de iPhones e iPads pagaem diretamente à Amazon e a Apple não ganha um tostão. Agora, manobra da Apple pretende que os usuários possam comprar os conteúdos fora da App também, via iTunes por exemplo, onde a Apple recebe uma gorda comissão de 30%!

Comparação das telas do iPad e do Kindle contra a luz

Pagar 30% de comissão à Apple aumentaria os custos da Amazon consideravelmente, diminuindo a competitividade e tirando da Amazon uma das poucas armas que restou na briga com o iPad, aparelho coqueluche da Apple.

Se as tablets com Android ganharem bastante mercado em 2011 e chegarem ao ponto de serem a maioria do mercado, como está acontecendo com os SmartPhones que usam Android, a Amazon pode ter boas esperanças de continuar faturando alto com conteúdo em formato digital Kindle. Mas, se a Apple levar à cabo seu plano de restringir as vendas aos seus próprios canais, a Amazon perderá uma fatia de mercado considerável composta pelos usuários de iOS.

iPad vs Kindle

É esperar para ver!

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Hoje de manhã fiz uma palestra sobre Marketing Digital na ESAMC à convite da professora Anne Marie Track. O auditório estava quase cheio e a receptividade foi bem legal.

Hoje é um dia especial na história da internet, porque o Geocities está saindo do ar definitivamente. Para quem viveu a internet dos anos 90, o Geocities tem um significado especial. A hashtag #RIP Geocities está entre as mais populares do dia no Twitter.

Comentei também sobre os acordos do Google e do Bing semana passada com o Twitter e sobre o lançamento do Nook, o leitor de livros digitais da Barnes & Noble. Recentemente a Amazon havia baixado o preço do Kindle para vendê-lo mundialmente, mas com a chegada do Nook o cenário mudou. Hoje a Amazon baixou o preço do Kindle em mais 20 dólares, equiparando o preço do seu produto com o do Nook.

Agora à noite vou fazer a mesma palestra novamente, para as turmas do noturno.

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